Nascido no estado da Bahia, a 18 de maio de 1915,
na cidade do Salvador, onde ordenou-se a 4 de dezembro de 1938. Exerceu, na
capital baiana, cargos eclesiásticos de Grande Chanceler da Cúria
Arquidiocesana e Secretário Geral do 1º Congresso Nacional de Vocações
Sacerdotais, em 1949.
Em 21 de agosto de 1950 foi eleito Bispo auxiliar
de Fortaleza, no estado do Ceará, recebendo a sagração episcopal a 3 de
dezembro do mesmo ano. Era um ano de seca no Nordeste, e Dom Eliseu conheceu de
perto os efeitos da estiagem.
Resolveu colocar-se a frente de todas as
campanhas de âmbito social que foram surgindo na capital cearense. Promoveu
obras sociais de emergência, fundou centros sociais e pequenas maternidades,
estando sempre ao lado do seu povo. E assim forjou seu estilo.
Em 20 de fevereiro de 1954 foi nomeado pelo Santo
Padre Pio XII, Bispo residencial de Mossoró. E a cidade recebeu em festa o seu
terceiro Bispo Diocesano. Dom Eliseu viajou de automóvel de Natal para Mossoró,
onde chegou às 16 horas.
No Alto de São Manuel, autoridades eclesiásticas,
civis e militares do município o aguardavam. Formou-se então uma grande
carreata que o acompanhou até o centro da cidade. Na Catedral de Santa
Luzia foi recebido pelo Monsenhor Luiz Mota, Vigário Capitular da Diocese.
Cumpriu-se, em seguida, o que prescreve o
cerimonial católico para tal ocasião. Dom Eliseu entregou então aos Paraninfos,
as Bulas de sua nomeação que foram entregues depois, ao Vigário Capitular e
Consultores Diocesanos, para verificação de sua autenticidade. E só então foi
feita a leitura da Bula, em latim e português, lavrando-se posteriormente a ata
de posse.
O lema de Dom Eliseu Simões Mendes era: “Salvação
do Rebanho”. E em sua “Carta Pastoral” de saudação aos diocesanos,
distribuídas por ocasião de sua investidura, delineava o seu programa de
Governo: Clero e vocações, Família, Ação Católica, Questão Social e Ação Social
Rural.
Naquela época, havia um movimento ruralista que
visava a retomada do desenvolvimento do Vale do Açu. Dom Eliseu Simões
Mendes abraçou a causa, já que o seu Bispado tinha jurisdição sobre a Paróquia
de Açu.
Os problemas da região começaram a serem
discutidos e analisados em seminários e cursos. Foi dele a ideia de irrigação
do vale, que o tornaria mais produtivo. Mas para isso, precisavam de
financiamento, pois a população do vale era pobre.
A solução era procurar o Governo Federal. E Dom
Eliseu foi pessoalmente procurar o Presidente da República, Juscelino
Kubistchek de Oliveira, e dele conseguiu arrancar compromisso, apoio e presença
governamental no desenvolvimento dos seus projetos para o Vale do Açu.
E através desse contato, os motores bombas
começaram a chegar para serem vendidos a longo prazo, beneficiando a todos,
principalmente aos pequenos agricultores. Começaram a chegar também os
agrônomos e os técnicos agrícolas para a orientação das plantações, os
veterinários para controlar a pecuária através da defesa animal, os cacimbões e
os canais de alvenaria foram construídos, deram início a mecanização do solo e
as sementes e mudas foram então produzidas.
As cooperativas começaram a serem criadas,
criavam-se sindicatos rurais, postos telefônicos, postos de saúde, etc. Era o
sonho de muitos que se realizava através de Dom Eliseu.
Foi Dom Eliseu quem fundou no Açu, a Maternidade
Mário Pinotti, que depois veio a ser Hospital da FSESP, hoje Dr. João Carlos
Wanderley. Foi também pelas mãos de D. Eliseu, que foi instalado em Pendências
um posto de puericultura, em favor das crianças daquele lugar.
Podemos dizer, por fim, que Dom Eliseu foi, por
excelência, o Bispo da Assistência Social, notadamente ruralista, conseguindo
dos altos mandatários da Nação as providências mais diferentes em proveito da
nossa terra.
A 28 de outubro de 1959, foi transferido pela
Santa Sé para a Diocese de Campo Mourão, no Estado do Paraná.
Dom Eliseu Simões Mendes morreu no dia 02 de
março de 2001, aos 86 anos de idade, em Feira de Santana/BA. Em Mossoró, o
prefeito interino Antônio Capistrano decretou luto oficial pela morte de Dom
Eliseu Simões Mendes
FONTE – GERALDO MAIA
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